terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dez obras viárias recebem mais verbas que o metrô



Levantamento da Folha revela que as dez principais obras viárias da Grande SP na última década consumiram R$ 13,5 bilhões. Ao metrô, no período de 2000 até meados de 2011, foram destinados R$ 12 bilhões, informa Alencar Izidoro.

Expansão do metrô recebe menos verba que obra viária
Malha poderia ser 50% maior se gastos da década fossem só para os trilhos

Da Folha, por Alencar Izidoro
Mais do que novas avenidas, túneis e viadutos, a solução do transporte na região metropolitana de São Paulo está na expansão do metrô. O discurso parece até repetitivo -por já ser endossado por nove entre dez políticos deste século. Só que, na prática, não foi seguido à risca pelas várias esferas de governo e partidos, do PSDB ao PT.
Levantamento da Folha mostra que a Grande São Paulo deve completar a década com um desembolso acima de R$ 13,5 bilhões com as suas dez principais obras viárias novas. É dinheiro suficiente para, com folga, aumentar em 50% a rede atual do metrô paulistano.
E é mais do que os R$ 12 bilhões estimados para construir e equipar os 30 km de novas linhas de metrô que a região ganhou ou ganhará de 2000 até meados de 2011.
A conta considera só a ampliação do sistema metroviário em quilômetros e a construção de mais faixas de tráfego. Ela exclui os casos que se limitaram à modernização, reformas e equipamentos para vias ou metrô -bem como a melhoria dos trens e outros transportes coletivos.
Os cálculos motivam duas avaliações de especialistas: 1) O ritmo de expansão do metrô, inferior a 3 km/ano, prosseguiu tímido, embora superior à média de 1,5 km/ano das décadas anteriores; 2) Ainda que haja obras viárias importantes e úteis, é ruim que se invista mais nelas do que em metrô.
“Os políticos só pensam no alívio imediato do trânsito. Mas após uns três anos ele acaba. Os problemas voltam piores. É um remédio envenenado”, diz Sergio Ejzenberg, engenheiro e mestre em transportes pela USP.
REPETIÇÃO
Na lista de obras viárias desta década estão desde túneis construídos pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT) até a alça sul do Rodoanel, que teve a contribuição do ex-governador José Serra (PSDB) e do presidente Lula (PT). A insuficiência da expansão do metrô também tem responsabilidade dividida.
A obra tem sido historicamente uma atribuição do Estado, comandado nesta década por gestões tucanas. O mesmo governo Lula que forneceu R$ 1,2 bilhão ao Rodoanel, porém, quase não investiu na expansão do metrô paulistano (exceção a empréstimos e um repasse de R$ 270 milhões cujo gasto não era obrigatório em metrô).
Fonte: Agencia T1

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