segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Canais de distribuição

Empresa jurídica ou mesmo uma pessoa física que se incumbe de levar um produto particular ou serviço do produtor ao consumidor, como, na maioria das vezes, o produtor não consegue levar sozinho suas mercadorias aos pontos de consumo, ele necessita do esforço de distribuição de intermediários.

Todas as atividades de marketing devem estar orientadas para o consumidor, inclusive o distribuidor. Qualquer que seja o tipo de distribuição escolhido é fundamental que o seu trabalho seja organizado em termos de:

-    volume de vendas a realizar em relação ao potencial de mercado do segmentos atendidos;
-    adequação dos níveis de estoque dos distribuidores para a tender à demanda de seus mercados;
-    qualidade e freqüência da assistência aos seus clientes;
-    número ideal  de distribuidores para cada área de mercado.


ANÁLISE DO ENCADEAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO

A estrutura de distribuição a ser adotada deve ser a mais racional possível. E não importa se a distribuição será direta ou indireta. Importa, porém, que os custos, ao longo da via de distribuição, sejam compatíveis com as necessidades de cobrir o mercado e obter retorno adequado sobre os investimentos realizados.


DECISÕES SOBRE OS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO


Distribuidor é uma expressão genérica que inclui todos os tipos de intermediários que compram e vendem por sua conta e risco, em oposição ao agente comissionado, que como o próprio nome indica, só trabalha mediante comissionamento nos negócios. Dessa maneira, incluem-se na denominação genérica de distribuidor os atacadistas, os varejistas, revendedores, importadores e distribuidores que estocam produtos do fabricante e prestam assistência técnica ao comprador.

A franquia é uma forma de comércio, sob licença, em que o franqueado trabalha com marca, mercadorias e até design de lojas fornecidos pelo licenciador. O sistema é interessante para um fabricante ou mesmo comerciante que queira expandir suas possibilidades de vendas, sem fazer grandes investimentos em ativos fixos. É interessante também para o pequeno e médio comerciante que queira estabelecer-se e receia correr riscos por não ter nome no mercado ou por não ter um sistema de vendas e de compras organizado.

No caso da Coca-Cola, o canal de distribuição escolhido foi a franquia.


ADMINISTRAÇÃO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

O maior mérito da comercialização de Coca-Cola é devido ao seu sistema de fabricação e distribuição, através de grupos empresariais brasileiros que com recursos próprios organizam fábricas para, sob franquia, produzir e distribuir produtos da Coca-Cola.


DINÂMICA DO CANAL


A operação de uma franquia divide-se em duas etapas: engarrafamento e distribuição.

Na etapa de engarrafamento, compra-se da filial brasileira da Coca-Cola Indústrias Ltda (RJ) o “concentrado” da sua linha de refrigerantes, adiciona-se água, açúcar, gás carbônico, e obtém-se os xaropes e os refrigerantes engarrafados.

A fase de distribuição é a parte mais importante da operação da franquia, por atender a diversos tipo de pontos de venda, que são classificados nos seguintes canais: mercado frio (bares, lanchonetes), mercado do lar (supermercados, mercearias) e mercado especial (escolas, indústrias, clubes).

O transporte dos produtos das fábricas para os distritos de vendas é feito na maioria das vezes por carreteiros autônomos; a empresa dispõe apenas de algumas carretas próprias. Na distribuição aos pontos de venda a franquia possui uma frota própria, com certa média de caminhões por distrito de vendas.


PODER, CONFLITO E COOPERAÇÃO COM OS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Como um sistema social, o sistema de distribuição registra processos de interação entre produtos, membros do seu canal de distribuição, e também como se configuram as influências de poder, comunicação, papel, cooperação e conflito, pois o objetivo de qualquer empresa é minimizar atritos e maximizar os esforços de cooperação.


Cooperação entre os canais:

-    propaganda cooperativa do fabricante com o distribuidor;
-    prêmios para os vendedores do distribuidor;
-    concurso para compradores ou vendedores do distribuidor;
-    colocação de promotores do fabricante no ponto de venda do distribuidor, para ajudar o cliente distribuidor a vender;
-    amostra grátis para ajudar o distribuidor a introduzir um produto novo no mercado;
-    cupom de brinde para o transportador que mantiver a pontualidade e para preservação dos produtos na entrega ao distribuidor;
-    colocação de material promocional do fabricante no ponto de venda do distribuidor;
-    sistema automático de reposição de estoque, no distribuidor, pelo fabricante;
-    treinamento do balconista do distribuidor pelo fabricante;
-    ajuste de preço dos estoques, nas gôndolas ou prateleiras do distribuidor, pelo fabricante.

À medida que algumas dessas tarefas de cooperação do fabricante com os seus distribuidores não estejam sendo atendidas a contento, pode-se detectar possíveis causas de conflito. E esse é um dos trabalhos do homem de marketing em distribuição.


Conflito entre os canais:


O conflito desenvolve-se, em geral, nas transações do vendedor com o comprador. E isso ocorre naturalmente por uma compulsão de desejos e necessidades: preço alto de venda, de um lado, e preço baixo de aquisição, de outro.

Um conflito surge quando um membro de um canal de distribuição percebe outro membro como adversário e adota um comportamento disposto a prejudicar, ou a obter vantagens à custa do outro.

O tipo mais comum de conflito reside no preço: tanto no preço de aquisição do distribuidor, quanto no preço praticado por este para o consumidor. Se o distribuidor pratica preços altos objetivando lucros altos e fáceis, isto poderá inibir a demanda do produto ou serviço contrariando as expectativas do consumidor.


SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE VAREJO

O varejo é uma atividade que envolve a venda de mercadorias ou serviços diretamente ao consumidor final.

No caso da Coca-Cola, os estabelecimentos varejistas podem ser classificados em:

a)    varejo de auto-serviço: Muito utilizado para os bens de conveniência, o sistema foi introduzido pelos supermercados, progredindo para drogarias, vendas automáticas através de máquinas, etc.
b)    varejo de auto-seleção:  o cliente completa a sua transação através do balconista e se dirige ao caixa para efetuar o pagamento.
c)    Varejo de serviço completo: o cliente recebe toda a série de informações acerca do produto, funcionamento, etc. Há grande variedade de serviços e a força de merchandising é grande. Ex: lojas de departamentos e de especialidades.

No caso Coca-Cola, a classificação das lojas por tipo de produto:

a)    Supermercado: caracteriza-se por vendas em larga escala, custo baixo, baixa margem, alto volume de vendas, auto-serviço.
b)    Lojas de conveniência: desde alimentos, refrigerantes, pilhas, cigarros, etc
c)    Combinação de loja: superloja e hipermercado: maior que um supermercado convencional. Ex: Makro.


ESTRATÉGIAS


Indiscutivelmente, o maior mérito do sucesso da comercialização de Coca-Cola é devido ao seu sistema de fabricação e distribuição, através de grupos empresariais brasileiros que com recursos próprios organizam fábricas para, sob franquia, produzir e distribuir produtos da Coca-Cola.


FATORES IMPORTANTES NA DISTRIBUIÇÃO

Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo podem ser levantadas as seguintes questões:

-    Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris atendem às necessidades de mercado,
-    Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos custos de abastecimento são compatíveis,
-    Se a freqüência de compras dos clientes, o número e o tamanho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
-    Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases compatíveis com o mercado,
-    Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificáveis com os resultados operacionais gerados,
-    Se os métodos de transporte adotados são adequados,

Em conformidade com o potencial do mercado, é importante analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o tipo de sistema de distribuição adotado é adequado.


No caso Coca-Cola:


O transporte dos produtos das fábricas para os distritos de venda é feito na maioria das vezes por carreteiros autônomos; a empresa dispões apenas algumas carretas próprias. Na distribuição aos pontos de venda a franquia possui uma frota própria, com certa média de caminhões por distrito de vendas.

A estrutura de cada distrito de vendas é composta por um gerente de distrito; encarregado de operações; encarregado de distribuição; supervisores; motorista-vendedores e ajudantes de motoristas.

Os clientes de cada distrito são classificados em livros de rota, com diferentes freqüências de visita semanal, em função do seu potencial de vendas, capacidade de estocagem e localização. O tamanho dos livros varia em função dos clientes atendidos: na região central da cidade e dos principais bairros, devido a problemas de permanência/estacionamento, trabalha-se com livros pequenos (10 clientes), enquanto em regiões de periferia se trabalha com livros maiores (50 clientes), o que dá uma média de 35 clientes/livro.

No sistema tradicional de vendas, cada caminhão, operado por um motorista-vendedor e um ou dois ajudantes, tem um ou mais livros de rota, em função da freqüência de visitas, localização urbana e tipo de cliente (canal), sendo carregado com um mix de produto predefinido.


Controle da Distribuição/Tipos/Canais

A crise energética e o custo crescente do petróleo afetaram o custo do transporte do concentrado, das garrafas para o concentrado dos refrigerantes, etc. Esses aumentos nos custos, por sua vez, afetaram os preços e margens das empresas.

O sistema de pronta-entrega (venda ambulante), amplamente utilizado pelos engarrafadores de Coca-Cola e pelos demais produtores de refrigerantes, é considerado um dos principais motivos do sucesso mundial da Coca-Cola, por permitir alta velocidade no atendimento da demanda estimulada pelas rápidas variações de temperatura; por isso, tem permanecido intocável ao longo dos anos.

O advento da crise do petróleo, com períodos de recessão econômica e inflação persistente, tem elevado a um questionamento do sistema de pronta-entrega, em função dos altos custos envolvidos e de eventuais ineficiências existentes.

A primeira constatação era de que o sistema de pronta-entrega estava tão enraizado no negócio de Coca-Cola que as pessoas tinham dificuldades de analisá-lo friamente, achando que sem ele o “mundo acabaria”.

Por exemplo, o pessoal de vendas achava que sem a pronta-entrega a distribuição não teria a velocidade necessária para atender à demanda nos dias mais quentes de verão, quando anualmente eram batidos os recordes de venda. Perder vendas era algo inadmissível.

O sistema post-mix mostra que ainda existem significativas oportunidades a serem capitalizadas na área de distribuição. Com base no princípio do adiamento da forma final do produto, transporta-se para o ponto de venda apenas o xarope e o gás carbônico. A economia logística, possibilitada por esse sistema, libera a maior parte do peso, água e vidro, tradicionalmente transportado.

Controle do atacado e varejo – o pessoal de propaganda e promoções via na pronta-entrega algo inerente à agressiva política promocional do negócio de Coca-Cola, permitindo capitalizar em vendas adicionais todo o esforço mercadológico. Com o passar do tempo, surgiram alguns problemas com a pronta-entrega:

-    diluição da atividade de venda, pois o motorista-vendedor é muito mais entregador do que vendedor propriamente, limitando-se a atender às solicitações dos clientes;
-    dificuldade de obter uma carga mista equilibrada (que acabasse junto com todos os produtos), fazendo com que as vendas dos produtos menos nobres fossem sacrificadas;
-    uma estrutura de caminhões supervisores e motoristas superdimensionada, preparados para atender aos picos de demanda, representando um custo fixo anual, que não acompanhava a curva sazonal de vendas;

-    fraca utilização de supervisores de venda, limitando-se a acompanhar os motoristas-vendedores, ao invés de serem utilizados nas atividades de venda propriamente.

Por volta de 1978, um novo esquema de vendas foi implantado junto aos revendedores: a pré-venda.

Os vendedores visitam os clientes antes da entrega da mercadoria, recolhendo os pedidos dos comerciantes num dia e entregando a mercadoria no dia seguinte.

A pré-venda veio solucionar alguns inconvenientes da pronta-entrega, que acirrava a concorrência entre dois produtos totalmente diferentes, refrigerantes e cigarros. Com esse novo sistema, foi possível reduzir a frota de caminhões em operação, que permitiu uma redução de compra de combustível e também uma programação melhor do comerciante.
Autoria: Leonardo Quinteiro

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