sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Maximizar espaço ou velocidade em armazéns?

Qualquer profissional voltado à Logística, mais especificamente da área de armazenagem e movimentação de materiais tem que lidar com o conflito existente entre maximizar espaço cúbico, sem comprometer a velocidade de atendimento dos pedidos. Não podemos esquecer que quanto mais podemos expedir, mais poderemos vender.

Com a proliferação de SKUs e com o maior fracionamento dos pedidos, este problema tem se acentuado, e é cada vez mais o alvo de discussões internas nas empresas.

Ao buscarmos soluções de estocagem com maior aproveitamento das profundidades e alturas, aumentamos as dificuldades de acesso aos produtos, portanto, perdemos em capacidade de processamento de pedidos.

Se a grande finalidade de um armazém é atender aos pedidos de seus Clientes, como resolver, então, essa difícil equação?

A prioridade em armazéns, com raras exceções, é reduzir tempos de ciclo, e não a otimização do espaço físico, mas em um ambiente cada vez mais competitivo e orientado para resultados, o equilíbrio deve ser buscado. Como conseguir isso?

Existem diversas soluções para a estocagem de páletes, desde a simples estocagem blocada (pálete sobre pálete), passando pelo porta-páletes de simples e de dupla profundidade, e por soluções como drive-ins, drive-through, push back, racks e sistemas dinâmicos, este último, muitas vezes inviável, pelo alto investimento necessário na aquisição.

Diante de tantas soluções, qual a melhor no sentido de aproveitar o espaço existente sem a conseqüente perda de velocidade? A resposta é: um mix. Isso mesmo, um mix de soluções, aproveitando aquilo que cada uma pode oferecer de melhor, levando em conta as características de giro e volume dos materiais.

Itens de alto giro podem até ser estocados em uma zona de ‘blocados’, próxima às docas de expedição. Estes, ainda poderão ser colocados em estruturas porta-páletes de simples profundidade.

Se o volume de itens de alto giro a ser movimentado for muito alto, o uso de sistemas dinâmicos (por gravidade) poderá ser viável economicamente.

Para itens de médio giro, aonde existam mais de 5 páletes do mesmo item em estoque, a solução push-back poderá ser interessante, desde que o item não seja afetado pela lógica UEPS (Último que Entra é o Primeiro que Sai), que é uma premissa desse sistema.

A solução drive-in e o uso de racks metálicos são ideais para armazéns refrigerados, aonde a necessidade de aproveitamento do espaço é crucial, devido aos altos custos com infra-estrutura e energia elétrica. É a melhor solução para casos em que existem mais de 10 páletes por SKU em estoque. Nela também vale o princípio UEPS. A solução drive-through é uma evolução do drive-in, pois permite o acesso por dois lados.

Itens de baixo giro em estoque podem ser acondicionados em porta-páletes e nos níveis mais altos. Em situações específicas, a estrutura drive-in também poderá ser útil para esses itens slow movers.

A escolha do equipamento de movimentação também influencia diretamente no nível de ocupação do espaço disponível. Uma empilhadeira contra-balançada exigirá 3,5 metros de corredor, enquanto que a uma empilhadeira retrátil, com as mesmas capacidades, exigirá um corredor de 2,8 metros.

Armazéns com foco em uma logística enxuta, que visa primariamente combater o desperdício em suas diferentes possibilidades, têm conseguido resultados excepcionais, aumentando em 15% a 25% a sua capacidade de estocagem, sem comprometer a velocidade da operação, adotando uma infra-estrutura e layout operacional adequados, além de corretos conceitos de endereçamento dos materiais, considerando critérios como giro, popularidade e volume.

Fonete: Marco Antonio Oliveira Neves é Diretor da Tigerlog Consultoria, Hunting e Outplacement e Treinamento em Logística Ltda. marcoantonio@tigerlog.com.br - www.tigerlog.com.br

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